segunda-feira, 31 de agosto de 2009

CREIA EM DEUS


Crer em Deus é incondicional não pode estabelecer limites, ou seja, se crê ou não se crê, mas tem que ser de maneira absoluta.

Não se pode acender uma vela a Deus e outra a Manon, como diz o Evangelho, com muita clareza. É preciso entender a mensagem completa.

Crer em Deus significa seguir tudo aquilo que Ele nos tem ensinado ao longo dos tempos, principalmente “Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.

Amar o próximo, respeitá-lo, procurar entendê-lo, incentivá-lo, corrigi-lo com isenção se preciso e, acima de tudo, perdoá-lo quando acontecer uma desinteligência que o coloque em litígio com a sua opinião, com a sua vontade. Saber perdoá-lo quando ele falhar. Afinal todos nós, seres humanos, somos passíveis de erro circunstancial.

Não é preciso ser desligado, desinteressado, complacente com os erros dos outros, apenas procurar ser educado e suave na maneira de interpelar o interlocutor para não ampliar as arestas.

A vida é um aprendizado constante e quem pode dizer que nunca errou, que nunca cometeu enganos? Quem não tem pecados que atire a primeira pedra! Lembram-se desta frase, dita pelo Mestre em um momento crucial, quando queriam apedrejar Maria Madalena por adultério? Quem atirou a primeira pedra? Ninguém teve coragem.

Hoje, porém, os tempos são outros e temos que transpor estes escritos para o coletivo. Não se consegue mais ter certeza de quase nada. Os lobos em pele de cordeiro são muitos e mal se consegue distinguir os justos, que acabam passando por meliantes, apontados pelos verdadeiros culpados dissimulados.

As propinas, por serviços obrigatórios que de Direito deveriam ser isentos de taxas e de pagamentos, se tornaram fato corriqueiro e já foram “quase” institucionalizadas. As concorrências dirigidas já o foram e quem não participa das panelinhas não tem a menor chance. Quem não tem padrinho morre pagão. É a derrocada dos serviços públicos e mais recentemente das Instituições. Quem ainda acredita nos julgamentos dos tribunais que estão por aí, eivados de políticos derrotados em eleições aos cargos eletivos de parlamentares ou cargos executivos? Estão todos nomeados ministros deste ou daquele tribunal, ou até de supremos tribunais de recursos, envergonhando esta nação.

Cá entre nós, existe alguém com uma folha de serviços mais comprometida que a do ministro da Justiça Tarso Genro, que não se peja em comprometer o próprio Brasil perante os tribunais de outros países da ONU?

E a ONU, pode se confiar em um organismo que se curva diante de uma Coréia do Norte e de uma China, que esfregam na cara do mundo inteiro o seu totalitarismo, seus desmandos e desrespeito ao Direito Internacional, seguidos de perto pela Venezuela e de alguns países da Ásia e da África?

Tenho hoje sessenta e sete anos vividos, de lutas. Vinte e seis como Maçon, participante e ativo. Não sei quantos ainda terei pela frente com a saúde que me resta, mas tenho uma certeza: Pretendo cair de pé, para levar a certeza de que terei tentado até o fim protestar contra todos os tipos de iniqüidades.

Quando chegar diante do Mestre direi simplesmente a Ele: Aqui estou. Cansado, mas sem esmorecimento. Com os pés sujos do caminho, as mãos grossas e calejadas, as roupas velhas e rasgadas, mas os bolsos estão limpos.

Quero continuar fazendo parte dos trabalhadores do bem!

Wilton Franklin Alves de Figueiredo - M.:M.: ARLS Cavaleiros da Luz 199 setembro de 2009.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Por uma globalização mais humana

A globalização é o estágio supremo da internacionalização. O processo de intercâmbio entre países, que marcou o desenvolvimento do capitalismo desde o período mercantil dos séculos 17 e 18, expande-se com a industrialização, ganha novas bases com a grande indústria, nos fins do século 19, e, agora, adquire mais intensidade, mais amplitude e novas feições. O mundo inteiro torna-se envolvido em todo tipo de troca: técnica, comercial, financeira, cultural.
Reprodução

Livro resgata 20 anos de reflexões de Milton Santos sobre o Brasil

Vivemos um novo período na história da humanidade. A base dessa verdadeira revolução é o progresso técnico, obtido em razão do desenvolvimento científico e baseado na importância obtida pela tecnologia, a chamada ciência da produção.
Todo o planeta é praticamente coberto por um único sistema técnico, tornado indispensável à produção e ao intercâmbio e fundamento do consumo, em suas novas formas.
Graças às novas técnicas, a informação pode se difundir instantaneamente por todo o planeta, e o conhecimento do que se passa em um lugar é possível em todos os pontos da Terra.
A produção globalizada e a informação globalizada permitem a emergência de um lucro em escala mundial, buscado pelas firmas globais que constituem o verdadeiro motor da atividade econômica.

Tudo isso é movido por uma concorrência superlativa entre os principais agentes econômicos -- a competitividade.

Num mundo assim transformado, todos os lugares tendem a tornar-se globais, e o que acontece em qualquer ponto do ecúmeno (parte habitada da Terra) tem relação com o acontece em todos os demais.

Daí a ilusão de vivermos num mundo sem fronteiras, uma aldeia global. Na realidade, as relações chamadas globais são reservadas a um pequeno número de agentes, os grandes bancos e empresas transnacionais, alguns Estados, as grandes organizações internacionais.

Infelizmente, o estágio atual da globalização está produzindo ainda mais desigualdades. E, ao contrário do que se esperava, crescem o desemprego, a pobreza, a fome, a insegurança do cotidiano, num mundo que se fragmenta e onde se ampliam as fraturas sociais.

A droga, com sua enorme difusão, constitui um dos grandes flagelos desta época.

O mundo parece, agora, girar sem destino. É a chamada globalização perversa. Ela está sendo tanto mais perversa porque as enormes possibilidades oferecidas pelas conquistas científicas e técnicas não estão sendo adequadamente usadas.

Não cabe, todavia, perder a esperança, porque os progressos técnicos obtidos no fim do século 20, se usados de uma outra maneira, bastariam para produzir muito mais alimentos do que a população atual necessita e, aplicados à medicina, reduziriam drasticamente as doenças e a mortalidade.

Um mundo solidário produzirá muitos empregos, ampliando um intercâmbio pacífico entre os povos e eliminando a belicosidade do processo competitivo, que todos os dias reduz a mão-de-obra. É possível pensar na realização de um mundo de bem-estar, onde os homens serão mais felizes, um outro tipo de globalização.
Autor: Milton Santos
Folha Online-SP

domingo, 23 de agosto de 2009

CRIANÇA ainda resta uma ESPERANÇA

Apesar de todos os “Contras” ainda existem alguns “Prós”...

No sábado à noite, assistindo televisão, fui surpreendido pelo programa Criança Esperança, da rede Globo, apesar dos “Plins Plins” intermináveis. Gostei, entre outras coisas, de saber que na Petrobras ainda conseguem resistir os brios de alguns dirigentes e funcionários decentes, além daquela gente imunda que dela se aproveita, para se locupletar e dar apoio ao infeliz do Luiz (gostaram da rima?), para se perpetuar no comando, empurrando goela abaixo do povo Brasileiro a candidatura de uma ex- terrorista, ministra apócrifa e mentirosa.

Pude ver, também, artistas de teatro e de TV, cantores, bandas, repórteres e apresentadoras, e até de jogadores de futebol decentes, como Bebeto e Cafu, e musas domo Xuxa Meneghel, mostrando como conseguiram criar Fundações de amparo aos jovens desamparados pelo poder público.

Juntaram-se a Renato Aragão e a Regina Casé, pedindo doações para a causa e mostrando tapes do resultado das obras. Desde o Rio Grande do Sul até a Ilha de Marajó, mostraram, orgulhosamente para onde vai este dinheiro, que é aplicado em objetivos bem definidos, apolíticos, nas comunidades carentes, construindo Escolas de Alfabetização, de Música, de Artes e Ofícios e Profissionalizantes, que oferecem oportunidades às crianças, para não se tornarem vítimas das drogas e do crime, antes de chegar a serem adultas.

Pensei comigo: É hora de escrever! De agradecer a DEUS pela existência de homens de bem, exceturando-se na classe política, até na Maçonaria ( cada vez menos, lamentavelmente) como pude constatar no dia vinte de agosto, DIA DO MAÇON, na Assembléia Legislativa de Minas Gerais, nas homenagens prestadas a nós pelos deputados mineiros (dos 55 só 3 estavam presentes).

Ouvimos alguns discursos, dois deles de deputados, um deles Irmão não regular e nem ativo, e o outro representante do Presidente da Casa, que não se dignou a comparecer. Mais três dos Grão-Mestres das três Potências do estado de Minas Gerais, todos cuidadosamente políticos. O que mais se aproximou da fala que eu gostaria de ter ouvido foi o Eminente Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil – Minas Gerais, Ir.: Amintas Xavier, seguido à distância pelo Poderoso Grão-Mestre do Grande Oriente de Minas Gerais, Ir.: Edison Damasceno. O mais inexpressivo, porque mais político, foi o Sereníssimo Grão-Mestre da Grande Loja Maçônica de Minas Gerais, Ir.: Janir Adir Moreira, o que me deixou pensativo e cabisbaixo, meditando sobre o futuro desta Potência de que sou parte integrante.

Mas, apesar da maçada e da chatura dos discursos, a Banda do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, tocando um Jazz de primeira linha, com solos de Saxofone Barítono de uma bonita e competente primeiro sargento, salvou a nossa noite e eu pude ir dormir satisfeito e com esperanças de que as coisas ainda podem se ajeitar. Graças ao G.:A.:D.:U.:

Autor: Wilton Franklin Alves de Figueiredo - M.:M.: ARLS Cavaleiros da Luz 199 agosto de 2009.

sábado, 22 de agosto de 2009

O Papel do Orador em Loja

Nos Ritos de York e de Emulação existe um ofício, designado por Capelão, cuja função é dirigir a Loja na invocação do Grande Arquitecto do Universo, em oração colectiva que realça a espiritualidade da Maçonaria e reforça os laços entre os seus membros.

No Rito Escocês Antigo e Aceito, o ofício de Orador é aquele cujo titular pode exercer a mesma função, mas que vai muito mais para além dela. O Orador não se limita à invocação do Grande Arquiteto do Universo. Aliás, em bom rigor, nem sequer é esse o principal escopo deste ofício. O Orador é o oficial da Loja encarregado de tirar as conclusões de qualquer debate. A discussão de qualquer assunto é levada a cabo segundo regras destinadas a permitir um debate sério, sereno e esclarecedor, em que cada um expõe a sua ideia e os motivos dela, mais do que rebater as ideias expressas pelos demais. Em reunião de Loja, procura-se que todos os membros se expressem pela positiva, isto é, afirmem as suas ideias, não pela negativa, limitando-se a criticar as opções dos demais. A forma como decorre o debate numa Loja maçónica já a mencionei no texto Decidir em Loja. E já aí referi que "No final, um oficial da Loja, o Orador, extrai as conclusões do debate, isto é, resume as posições expostas, os argumentos apresentados, podendo ou não opinar sobre se existiu consenso ou sobre a decisão que aconselha seja tomada.

A função do Orador, porém, O Orador é, no clássico esquema da svai muito mais longe do que a sua intervenção para tirar as conclusões do debate. eparação de poderes que Montesquieu nos legou, o representante do Ministério Público na Loja. É ele que deve especialmente zelar e velar pelo estrito cumprimento da legislação, usos e costumes maçonicos e pelo cumprimento das normas regulamentares, seja emanadas pela Obediência, seja da Loja. É a ele que cabe advertir os demais quando se lhe afigure que quaisquer destas normas está a ser incumprida ou em vias disso, em ordem a prevenir a indesejada violação. É a ele que, havendo infracção suficientemente grave para justificar punição, cabe instruir o respectivo processo. É o Orador o único Oficial da Loja que tem a prerrogativa de poder interromper o Venerável Mestre, ou qualquer outro Irmão, sem que sua fala seja interrompida, e que à sua opinião deve ser apreciada, quando emitida em relação à aplicação ou interpretação de normas e comportamentos maçonicos.

O Orador da Loja zela e vela, em resumo, pela Regularidade da prática maçonica da Loja e de todos os seus obreiros. É, por isso, um ofício particularmente importante, que deve ser exercido por um maçon experiente, se possível um antigo Venerável Mestre. Mas, reconhecendo-se embora a importância deste ofício, deve-se ter presente que o seu titular não deve interferir na gestão da Loja. Tal compete especificamente às Luzes da Loja e, em particular, ao seu Venerável Mestre. Daí o paralelo que acima efetuei com a doutrina da separação de poderes. Daí a conveniência de o ofício ser exercido por mão e mente experiente. Ao Orador cabe prevenir infracções e excessos de poder. Deve, por isso, saber reconhecer perfeitamente os limites da sua própria função, sem, no entanto, deixar de exercê-la. Como em tudo, ainda mais em Maçonaria, equilíbrio é a palavra chave do sucesso.
Autor: Rui Bandeira